margaridas

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SER VERTICAL

Ser antes de tudo

o que se quer.

Não parecer o que se não é.

Ser afinal cada qual

quem é.

Ser sempre o que se deve ser.

Vertical.

Inteiro.

De pé.

Maria Emília Costa Moreira

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terça-feira, 10 de maio de 2011

AO POETA EUGÉNIO DE ANDRADE

Na luz fria da manhã

multiplicam-se as pétalas amarelas,

almofadando os ninhos:

- Nasceu o Poeta!

- Nasceu o Poeta!

Anunciam, suspensos dos ramos,

os irrequietos passarinhos.


A quentura do sol ao meio-dia

limpa das folhas o orvalho.

Chilreiam as crianças no jardim:

- Nasceu o Poeta!

- Nasceu o Poeta!

E espalham a nova, com laivos de inocência,

numa dança de roda sem ter fim.


Meiga, aspergindo leite adoçado

com frutos silvestres,

a lua protectora espreita o casario:

- Viva o Poeta!

- Viva o Poeta!

Clamam as gaivotas sobrevoando as águas

espelhadas na foz do rio.

Foz do Douro, 19 de Janeiro de 05


Eugénio de Andrade, poeta português nascido em 19/1/1923 no Fundão, morre no Porto (Foz do Douro) em 2005. Os seus poemas estão cheios de musicalidade e cada palavra é usada com o máximo rigor. Escreveu poemas curtos, com uma aparente simplicidade, mas ricos de conteúdo. É autor de uma vasta obra traduzida em várias línguas. Recebeu inúmeros prémios em Portugal e no estrangeiro.

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